AINDA ME FALTA ...


Foto: Lúcia


De que proveito é o estudo dos Upanishads e da Gita se não há transformação em nossos pensamentos ou modo de vida?


Você deve examinar onde todas as suas práticas espirituais estão levando-o. Deve haver um desejo de mudar e progredir em direção a um estado de consciência superior. Na realidade, todos são personificações de Sat-chit-ananda (Verdade-Consciência-Bem-aventurança)! Seu verdadeiro 'eu' existe em todos os estágios de acordar, sonhar e dormir profundamente. Mas, nos estados de sonho e sono profundo, você não está consciente do seu corpo. A entidade que existe nos três estados não é alterada. 



Você deve tentar entender a natureza desse "eu". Você pode considerar isso extremamente difícil, mas se você tiver dedicação e perseverança, será bastante fácil. Não há nada no mundo mais fácil do que o caminho espiritual. Mas, quando não há seriedade, parece difícil. Por isso a Gita declarou: Shraddhavan labhate Jnanam (O aspirante sincero adquire Sabedoria Suprema). (Discurso Divino, 16 de fevereiro de 1988) 


Eu sei que cada indivíduo ou projeção mental minha, representa a minha capacidade de dar mais ou menos luz, carinho, compreensão, etc. Todas elas são uma realidade fragmentária do meu estado interior. Representam o meu grau de limitação. Todas estas personagens fantásticas se deslocam no imenso palco do mundo e são simplesmente eu, meu grau, a minha maneira de ser, a minha loucura porque ainda não estou consciente a nível de vivencia da minha divindade essencial. Isto tudo não é nada mais que o ponto ate onde cheguei na minha caminhada rumo à Beleza Total, à Bem-aventurança mais encantadora. 

Eu não deveria jamais ter pensamentos maus, jamais ter consciência da existência de indivíduos maus. Eu, de repente, momentaneamente não entendo a Maravilha, o Resplendor ao que pertenço, mas, a final de conta, eu sou ....”o Um sem segundo” do nosso Mestre Sai! Na verdade, eu, consciente ou não da sua realidade, do seu amor essencial, sou um sem número de Mestres Sai, com as Suas túnicas de cor laranja, de belezas infinitas correndo por este planeta como meninos em busca de si mesmos. 

Estou consciente que ainda me falta. Gostaria de ser testemunho da doçura de um sem número de Sai Babas de cor laranja andando harmoniosamente na música suprema do Silêncio Infinito. De verdade quero perceber, ver, ser luz, profundamente luz no sentido mais mágico que se possa imaginar e....além! 

O mal, a limitação, de repente poderiam ficar num museu, como diz um grande Baiano, Divaldo Franco, para não perder o sentido de perigo e pesadelo e ficar conscientes que tivemos uma vez um passado sombrio graças a Deus superados, aniquilados e afastados das nossas vidas. 

Corpo e matéria representam diferentes níveis de energia. Pois na essência, corpo e matéria são amor, beleza, bem-aventurança “coagulados”, encerrados momentaneamente, reprimidos por esta Maia (ilusão). O coração é o centro, o catalisador desta situação. Na medida em que este ser faz o seu Sadhana ou disciplina espiritual, olha para a luz, para a espiritualidade, muita energia se desprende, este coração cresce, cresce, cresce e...começa o processo “químico” mais lindo que se possa imaginar. Acaba progressivamente todo tipo de limitação, de frio interior, de falta de compreensão e justiça e, como num conto de fada ou muito mais fantástico ainda, tudo melhora, se ilumina e se realiza. 

Silêncio, Paz, Beleza e Amor nascem como do nada igual ao vibhuthi (cinza sagrada) que nascia da mão de Sai Baba. De verdade então Japamalas( terços hindus), relógios, anéis, imagens, materializações de qualquer tipo (que Sai Baba já realizou) podem somente ser um cartãozinho de visita, uma pequena amostra do mundo que virá quando estaremos prontos para isso. 

Analisando todos estes aspectos, sei que ainda me falta para que Brasil, Peru, México, Argentina e todo este continente Americano, todo este planeta azul estejam comigo, dentro do meu ser. Sei também que em algum dia todos seremos parte da Sinfonia Eterna, do Amor Universal, da Frequência Infinita, unidos, UM, na Eterna Dança Cósmica de Shiva e Parvathi das sagradas escrituras Indianas, celebrando assim a gloria da Unidade, cantando assim a beleza mística de nosso eterno Mestre Sai, o amor que surgiu em Puttaparthi, o encanto sempre presente neste Universo que nada é, a não ser a Sua túnica material, o Seu aspecto Maya (ilusório, superficial) e a Sua harmonia infinita para quem pode entender. 

AMBROGIO VITTADINI



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